O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, negou nesta terça-feira que Washington e Pequim estejam entrando em uma nova Guerra Fria. Em uma entrevista ao jornal “Financial Times”, ele afirmou que resistia à ideia de “colocar rótulos” nas relações entre os governos, inclusive entre americanos e chineses, por serem “complexas” demais.
“Não se trata de iniciar uma Guerra Fria. Trata-se apenas de fazer nossa parte para garantir que a democracia seja forte, resiliente e atenda às necessidades de seu povo”, disse ele na entrevista, ao falar sobre a cúpula das democracias que Washington pretende organizar no fim do ano.
Em um recente discurso no Congresso, o presidente americano, Joe Biden, disse que há atualmente uma guerra entre democracias e autocracias. Para o democrata, as democracias só vencerão a “batalha” pelo século XXI se provarem que são capazes de atender aos anseios de seus cidadãos.
Blinken voltou a reiterar na entrevista que a Casa Branca não está pedindo que os países escolham entre EUA e China. Segundo o secretário de Estado, Washington não acredita que seus aliados precisem interromper as relações econômicas com Pequim. No entanto, ele disse que a Casa Branca quer proteger as regras básicas que regem o comércio, o meio ambiente, a propriedade intelectual e a tecnologia.
O chefe da diplomacia americana está em Londres para participar de uma reunião com os demais chanceleres do G7, o primeiro encontro presencial entre os ministros de Relações Exteriores do grupo em mais de dois anos.
O governo de Biden surpreendeu muitos especialistas ao adotar uma postura parecida com a de Donald Trump em relação à China. No entanto, o democrata tem tentado trabalhar com aliados dos EUA para coordenar ações em resposta a Pequim, enquanto o republicano adotava uma abordagem mais unilateral.