Atacada, China critica “mentalidade de Guerra Fria” dos EUA e condena ‘Doutrina Monroe’ sobre a América Latina

“Quem vê a América Latina como seu quintal? Quem vive apontando o dedo para assuntos internos dessas nações?”, questiona a chancelaria chinesa

(Foto: Reprodução/ MRE da China)

Durante entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, respondeu às declarações feitas pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, durante a Conferência de Segurança da América Central de 2025, realizada na Cidade do Panamá. A reportagem foi publicada pelo jornal China Daily.

Hegseth acusou a China de representar uma ameaça na região e afirmou que os EUA “devem evitar uma guerra por meio de uma dissuasão robusta e vigorosa contra as ameaças chinesas no Hemisfério Ocidental”. Já o secretário adjunto Landau destacou, em relação a El Salvador, a importância de parcerias nas áreas de 5G, cibersegurança e inteligência artificial, alegando que seria necessário impedir o acesso da China a essas tecnologias, restringindo sua utilização apenas a fornecedores considerados confiáveis pelos EUA.

Em resposta, Lin Jian classificou as falas como “carregadas de viés ideológico e mentalidade de Guerra Fria”, afirmando que “não há uma única palavra verdadeira nelas”. Ele rebateu com uma série de perguntas retóricas: “quem vê a América Latina e o Caribe como seu quintal e impõe a ‘Doutrina Monroe’ a esses países? Quem vive apontando o dedo para os assuntos internos dessas nações? Quem as coage com ameaças tarifárias? Quem realiza vigilância global em larga escala? Quem mantém bases militares por todo o Hemisfério Ocidental? Quem permite o fluxo de armas leves e munições para a América Latina e o Caribe, que são uma Zona de Paz? O mundo conhece bem a resposta para essas perguntas”.

Lin defendeu a relação entre a China e os países latino-americanos e caribenhos, classificando-a como uma cooperação Sul-Sul. “Sempre buscamos o apoio mútuo, e jamais agimos com base em cálculos geopolíticos”, afirmou. Segundo ele, o compromisso da China é com a igualdade e o benefício mútuo, sem ambições de estabelecer zonas de influência ou mirar em terceiros países.

Ao final, criticou o que considera ser uma tentativa dos EUA de justificar sua presença e controle sobre a região com base em uma narrativa fabricada: “os Estados Unidos continuam difamando a China e promovendo a chamada ‘ameaça chinesa’ como pretexto para tentar controlar os países da região. Mas não terão sucesso”.

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