O governo da Argentina comunicou nesta terça-feira (20) que mantém isolado um navio que vinha do porto de Santos, em São Paulo, após um dos tripulantes apresentar sintomas compatíveis com mpox, antes chamada de varíola dos macacos.
“O Ministério da Saúde ativou o protocolo de emergência devido a sintomas compatíveis com varíola símica em um tripulante de um navio proveniente do Brasil. Assim, a embarcação não poderá entrar no porto. Além disso, foi solicitado controle médico a bordo de toda a tripulação, e amostras das lesões serão coletadas conforme a indicação de vigilância epidemiológica”, informou a Casa Rosada.
De acordo com a pasta argentina, o agente marítimo que representa a embarcação informou às autoridades de Saúde das Fronteiras que um dos tripulantes de nacionalidade hindu apresenta lesões cutâneas com aspecto vesicular predominantemente no tronco e rosto, compatíveis com sintomas de mpox, motivo pelo qual foi isolado do restante da tripulação.
“Dessa forma, foi ativado o protocolo de emergência de saúde pública de interesse internacional (ESPII), foi solicitado controle médico a bordo de toda a tripulação e pessoal de práticos, e amostras das lesões serão coletadas conforme a indicação de vigilância epidemiológica”, acrescentou a nota.
Assim, a embarcação com destino ao Porto San Lorenzo, em Santa Fe, no leste do país, ficará ancorada no rio Paraná e apenas profissionais de saúde poderão embarcar.
“O pessoal de Saúde das Fronteiras subirá a bordo com as medidas de proteção apropriadas, realizará uma inspeção e toda a tripulação ficará em quarentena até que os resultados dos exames estejam disponíveis”, afirmou o comunicado do governo argentino.
Além disso, o ministério esclareceu que na Argentina “ainda não foram registrados casos com a nova variante”, declarada como evento de saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“No entanto, o Ministério da Saúde da nação continua priorizando as ações de vigilância epidemiológica para a detecção, diagnóstico precoce, atendimento adequado e implementação de medidas de isolamento e rastreamento de contatos de possíveis casos”, pontua.
Segundo o governo, também foram reforçadas as recomendações para alertar todos os responsáveis pelas fronteiras nos pontos de entrada terrestre, portos e aeroportos.
Emergência de saúde pública internacional
No dia 14 de agosto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou a mpox como “emergência de saúde pública de importância internacional”, devido ao aumento dos casos da doença nos países africanos e sua propagação para outros continentes.
A doença pode ser transmitida entre animais e seres humanos, com sintomas de febre, dor de cabeça e muscular, inflamação nos gânglios linfáticos, calafrios, exaustão, além de erupções e pústulas nas mãos e rosto.
Atualmente é considerada endêmica da África central e ocidental. A transmissão ocorre por contato próximo com uma pessoa infectada, um animal portador ou objetos contaminados.