Na manhã desta sexta (15), circulou uma mensagem nos grupos chineses do aplicativo WeChat convocando todos a exigir respeito aos direitos dos comerciantes que tiveram seus estoques atingidos pelo incêndio.
A mensagem acusava o proprietário do prédio de alugar o espaço para chineses sem que o espaço tivesse as devidas medidas de prevenção a incêndios. Os comerciantes também reclamaram da decisão da prefeitura de demolir o prédio, mesmo com cerca de 20% das mercadorias ainda intactas:
“Os proprietários do prédio e os funcionários da prefeitura, sem consulta com os chineses do exterior afetados, emitiram tais ordens [de demolir o prédio], e tal ato sem vergonha é completamente imoral, desprezível e hediondo! Compatriotas, embora tenhamos vindo para ganhar dinheiro, também contribuímos muito para a construção do Brasil, não faltam impostos e bem-estar público, tantos anos de opressão ainda não foram suficientes, hoje eles podem derrubar prédios sem autorização de ninguêm (…)?”
Com essa mensagem, centenas de imigrantes chineses e também brasileiros que trabalha na reginão se reuniram na 25 de Março por volta das 13h, denunciando o trabalho ineficaz de combate às chamas que permitiu que um pequeno foco de incêndio tomasse as proporções vistas durante a semana. Após os discursos, o ato seguiu em marcha até a prefeitura da capital paulista.
Em uma das falas, um comerciante relatou não ter sido afetado por seu armazém não ficar no prédio incendiado, mas que estava na manifestação em apoio aos seus compatriotas afetados. “Na pandemia, nossa comunidade chinesa imediatamente correu para doar dinheiro e materiais [à sociedade brasileira afetada]. Há alguns dias, houveram enchentes na cidade, doamos dinheiro e cestas de alimentos. Sinto que o Brasil é nossa segunda casa (…). Espero que desta vez o governo brasileiro possa ouvir as simples demandas de nossos compatriotas chineses e lidar com o desastre de forma razoável.”
Diversos representantes das associações chinesas no Brasil estiveram no local e por volta das 15h foram convidados a participar de reuniões com funcionários da prefeitura para mediar a questão.
Pouco antes das 16h, as reuniões já haviam terminado e os comerciantes chineses foram vitoriosos em suas demandas. A prefeitura concordou em interromper os planos para a demolição imediata do prédio. O secretário municipal Eduardo Olivatto disse que a prefeitura irá contratar uma construtora para avaliar os danos à estrutura do prédio, ao passo que a comissão de advogados chineses assumiu a responsabilidade de registrar, junto à prefeitura, os comerciantes afetados pelo incêndio, bem como fazer uma ponte entre a comunidade chinesa e os planos da prefeitura.
[…] 巴西旗手电视台的现场报道 巴西JP电视台的现场报道Após incêndio na 25 de Março, lojistas sino-brasileiros realizam manifestação em São Paulo巴中通讯社葡文版报道 – Publicidade Patrocinada – 分享 […]