A notícia foi capturada pela própria emissora de TV do Senado, e Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, denunciou o ocorrido à polícia. Martins negou ter feito o gesto racista infame, mas o vídeo capturadoparecia confirmar a acusação, e as imagens viralizaram nas redes sociais, gerando uma onda de indignação no principal aliado de Bolsonaro.
O incidente chama a atenção para Martins, sua posição atual, histórico de empregos incomuns, conexões diretas com o governo dos Estados Unidos e seu relacionamento com a extrema direita brasileira.
Depois de trabalhar no Tribunal Eleitoral Eleitoral (TSE) até as eleições de 2014, Filipe Martins tornou-se “assessor econômico” da embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
Martins, a quem se atribui a apresentação de Jair Bolsonaro a Steve Bannon, trabalhou na embaixada durante o período dezembro de 2014, após a eleição, e julho de 2016, quando o impeachment de Dilma Rousseff estava praticamente selado.
Saindo da embaixada após o impeachment de Dilma, Martins então se tornou parte do grupo em torno da candidatura presidencial de Jair Bolsonaro, acabando por conseguir um cargo consultivo com ele.
O trabalho de consultoria de Martins 2014-16 para o Departamento de Estado é uma evidência de que o relacionamento do governo dos EUA com a extrema direita do Brasil não começou com a eleição de Donald Trump ou Jair Bolsonaro.
Durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre as supostas notícias falsas, Filipe Martins foi acusado pelo deputado federal Alexandre Frota de apresentar Bolsonaro a Steve Bannon e de “promover linchamentos virtuais”. Martins foi intimado a comparecer à CPI para esclarecer sua suposta participação no chamado “gabinete do ódio”, que controla as milícias digitais do presidente e funciona como uma fábrica de notícias falsas.
Fonte: Brasil247