Jack Ma, dono da gigante Alibaba, tem planos para o interior do Brasil. O bilionário já atua no país por meio da AliExpress e agora deseja ampliar sua presença. A ideia é virar uma opção de canal de vendas digital para pequenos e médios empreendedores nacionais, principalmente no setor da agricultura, segundo o jornal O Dia.
A mídia relata que, atualmente, produtos como rochas ornamentais, mel, própolis (sobretudo orgânicos), nozes e castanhas, café e açaí, produtos mundialmente reconhecidos por terem boa safra no Brasil, são vendidos na plataforma, mas não por produtores brasileiros, e sim, por estrangeiros que colocam a bandeira do Brasil em seus anúncios. Por exemplo, o maior vendedor de açaí no Alibaba é belga.
A Alibaba também diz que uma gama de produtos é apresentada como tendo saído de território brasileiro, mas na verdade não saem daqui. A empresa estima que o Brasil perca mensalmente cerca de R$ 50 milhões em vendas para o mercado chinês.
Portanto, para mudar o contexto, a empresa busca uma parceria com o governo Lula para capacitar esses pequenos e médios produtores brasileiros a comercializarem diretamente seus produtos da plataforma.
“Há produtos que poderiam estar no mercado e o agricultor recebendo a renda direta. A gente acredita muito nesse projeto para o Brasil. É sempre um modelo que passa pela parceria com o governo. É uma forma de promover desenvolvimento sustentável, de promover acesso de pessoas que estavam excluídas ao mercado, aumentar a renda e combate à pobreza”, disse Felipe Daud, relações governamentais do Alibaba na América Latina citado pelo jornal.
A ideia é replicar no Brasil o modelo do Taobao Villages, levando tecnologia para pequenos agricultores e cooperativas oferecerem produtos no e-commerce chinês. Eles seriam capacitados para exportar, se adaptar a peculiaridades do consumidor chinês e práticas de vendas.
A empresa quer oferecer nesse convênio a capacitação de agricultores, como técnicas de marketing digital e gravação de vídeos para exibir os produtos. O México, por exemplo, já mandou empreendedores e autoridades locais para iniciar o processo. Cerca de 400 professores capacitam oito mil alunos que vão aos vilarejos repassar conhecimento aos produtores locais.
Segundo a mídia, na semana em que Jack Ma retornou à China, executivos da empresa e uma delegação empresarial brasileira conversaram em Pequim. Liderada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, a comitiva visitou as instalações do grupo na capital chinesa.