Os talibãs determinaram nesta segunda-feira (6) a proibição das manifestações programadas para acontecer no leste do Afeganistão, em apoio à bandeira tricolor do país, que foi substituída por uma com o símbolo do grupo.
“Os residentes da cidade de Jalalabad e outras regiões do Afeganistão planejaram manifestações em apoio à bandeira nacional, mas os talibãs decidiram proibir estes atos e ordenar que as forças de segurança dispersem qualquer grupo de manifestantes”, disse à Efe um funcionário do governo da província de Nangarhar, que pediu para não ser identificado.
O governador da região fez, posteriormente, um comunicado para aqueles que pretendem “perturbar a segurança por meio de protestos” e, no texto, destacou que ninguém no país está autorizado a realizar reuniões ou organizar manifestações.
“Se qualquer pessoa sai às ruas, enfrentará a ação rígida das forças de segurança e não poderá reclamar”, afirmou o líder regional, na nota emitida.
Mais cedo, Khalil Rahman, que é morador de Nangarhar e participou da organização dos atos em defesa da bandeira tricolor, confirmou à Efe que estavam sendo preparados protestos para a cidade de Jalalabad e para outras localidades no leste afegão.
“Os talibãs estão tentando trocar a bandeira pela própria deles. Essa é a maior injustiça contra a nossa nação”, disse o ativista.
Esta foi a primeira vez, desde 15 de agosto, quando concluíram ofensiva assumiram o controle do país, que as lideranças do grupo proíbem formalmente a realização de atos populares.
Nas últimas semanas, o Afeganistão foi palco de manifestações em várias províncias, inclusive, com três protestos liderados por mulheres, que cobravam a garantia de direitos juntos aos fundamentalistas.
Durante o regime talibã que vigorou de 1996 a 2001, a organização de protestos foi rigidamente proibida no país.
O veto ao ato pró-bandeira aconteceu no mesmo dia em que o grupo anunciou ter conquistado a última província afegã que não controlavam, Panjshir, após dias de combates com forças de resistência local.