“Este lugar é muito diferente das áreas rurais que já visitei. Ficar à beira do rio Dadu, ouvindo o vento e observando a água, deixa a mente em paz. É um ótimo lugar para descansar o corpo e o espírito.” A impressão é de Gao Xiang, editor-chefe do portal Europe New Chinese em alemão, depois de conhecer a aldeia de Ruoji, na cidade de Kangding, na prefeitura autônoma tibetana de Ganzi, província de Sichuan. Para ele, “só vindo aqui pessoalmente é possível perceber o quão avançado está o desenvolvimento rural nas áreas relacionadas ao Tibete”.
Entre 9 e 13 de novembro, o grupo “2025 Visita da Mídia Chinesa no Exterior a Ganzi” percorreu Kangding, o condado de Luding e outras localidades da região. Organizada pela Associação de Relações com Compatriotas no Exterior de Sichuan, a delegação reuniu mais de 20 representantes de veículos em língua chinesa de várias partes do mundo. Ao longo da viagem, eles acompanharam de perto o andamento da revitalização rural e viram como a integração entre cultura e turismo vem dando nova energia às aldeias de planalto. Entre todas as paradas, dois povoados às margens do rio Dadu deixaram as impressões mais marcantes.
No início do inverno, o rio Dadu corre veloz entre os vales montanhosos. Na aldeia de Ruoji, em Kangding, as casas em estilo tibetano se distribuem pela encosta, compondo um cenário típico de pastoreio em região de altitude. “Aqui é um ponto de encontro entre as culturas tibetana e qiang, é um lugar muito particular”, explica Jia Qifan, assistente do secretário do Partido na aldeia. Localizada a 32 quilômetros do centro urbano de Kangding, Ruoji tem 92 famílias e 302 moradores. No passado, a comunidade vivia basicamente da pesca e da coleta de recursos naturais; hoje, sob a marca “Aldeia pesqueira tibetana de Ruoji”, explora uma rota de integração entre a pesca e o turismo.
De acordo com Jia Qifan, a aldeia aproveitou as condições geográficas privilegiadas e o clima ameno para desenvolver o turismo de bem-estar e descanso, construindo piscina, área de pesca recreativa e outros equipamentos. “Nossa altitude é relativamente baixa, o clima é agradável, é um lugar muito adequado para fugir do calor no verão”, afirma. Atualmente, Ruoji já foi classificada como área cênica nacional de nível 3A. Com um modelo de gestão baseado na parceria “empresa + cooperativa + famílias rurais”, os antigos pescadores tornaram-se acionistas. Atividades como hospedagem em casas de família, apresentações de canto e dança e venda de produtos agrícolas típicos garantem renda estável, elevando a receita anual per capita dos moradores para dezenas de milhares de yuans.
Gao Xiang considera que o charme do vilarejo vai muito além da paisagem. Segundo ele, o fato de a cultura tibetana e a cultura qiang se entrelaçarem em Ruoji cria uma identidade singular, que atrai visitantes interessados tanto na natureza quanto nos costumes locais. “Antes já tinha ouvido falar que as áreas relacionadas ao Tibete mudaram muito. Agora, vindo pessoalmente, vejo que a transformação é realmente profunda e o desenvolvimento está em excelente ritmo”, resume.
Seguindo pela Rodovia Nacional 318 ao longo do rio Dadu em direção ao condado de Luding, surge logo à frente o “Campo de Camping para Motorhomes de Zhangangping”, na aldeia de Zali. Ao lado do acampamento, dominando o céu sobre o vale, a ponte estaiada Xingkang, da rodovia expressa Ya’an–Kangding e conhecida como “Primeira Ponte Sichuan–Tibete”, cruza o rio de forma imponente. “Nossa localização é muito privilegiada. Estamos ao lado de uma ponte famosa na internet e de um importante entroncamento rodoviário, o que torna o transporte extremamente conveniente”, explica Huang Weihong, primeiro secretário da aldeia de Zali.
Segundo ele, o vilarejo vem aproveitando essa vantagem geográfica para desenvolver agricultura especial e turismo rural. As duas principais “cartas de visita” são as maçãs e a crisântemo-dourado (Jinsi Huangju). Hoje, a aldeia tem mais de 180 mu de pomares de maçã, com valor de produção anual superior a 1,5 milhão de yuans. A área plantada de crisântemo-dourado ultrapassa 30 mu e conta com contratos de compra firmados com empresas parceiras, garantindo receita anual de 250 mil yuans. Paralelamente, Zali construiu, no modelo “coletivo da aldeia + empresa”, um camping para trailers, estacionamento ecológico e uma praça temática para quem deseja registrar a passagem pela G318. Desde 2024, o vilarejo já recebeu mais de 100 mil turistas e distribuiu 240 mil yuans em dividendos ao coletivo. A renda líquida per capita superou 20 mil yuans, e a comunidade se prepara para erguer um “museu da história da aldeia” dedicado à cultura da antiga Rota do Chá e dos Cavalos, combinando herança histórica e turismo contemporâneo.
“Esta região reúne transporte conveniente, paisagem bonita e moradores com forte senso de felicidade”, afirma Zhang Mengmeng, vice-presidente do grupo de mídia Geju, da Nova Zelândia, após visitar Zali. Para ela, como representante da mídia chinesa no exterior, há uma responsabilidade em mostrar ao mundo o desenvolvimento e as mudanças de Ganzi, permitindo que mais pessoas conheçam essas aldeias de planalto que estão se transformando diante dos olhos de seus habitantes.














