O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (30) a criação de uma sala de situação para acompanhar os casos de intoxicação por metanol registrados no país. Até o momento, foram notificados 43 episódios, concentrados em São Paulo (39) e Pernambuco (4). Uma morte foi confirmada em São Paulo, enquanto outras sete — cinco em São Paulo e duas em Pernambuco — estão em investigação.
A medida tem caráter extraordinário e ficará ativa enquanto persistir o risco sanitário. A equipe técnica contará com representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, Agricultura e Pecuária, além da Anvisa, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e das secretarias estaduais envolvidas.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a gravidade da situação motivou a entrada da Polícia Federal nas investigações, diante da suspeita de atuação de organizações criminosas na adulteração de bebidas alcoólicas. “Estamos diante de um cenário inédito na série histórica de intoxicações por metanol no país”, afirmou.
O caso é considerado suspeito quando pessoas que consumiram bebidas alcoólicas apresentam, entre 12 e 24 horas após a ingestão, sintomas como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alterações visuais. Nesses casos, a orientação é procurar imediatamente atendimento médico. O antídoto específico é o etanol em grau farmacêutico, administrado por via oral ou intravenosa sob supervisão de centros especializados.
O Brasil conta atualmente com 32 Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), sendo nove em São Paulo. Esses serviços orientam profissionais de saúde e auxiliam no diagnóstico e manejo das intoxicações.
Para reforçar a vigilância, o ministério enviou nota técnica aos estados e municípios determinando a notificação imediata de todos os casos suspeitos. O objetivo é mapear a origem das bebidas adulteradas, acionar os órgãos de segurança e garantir atendimento adequado às vítimas.