China abre mão de status de país em desenvolvimento na OMC

Decisão busca reforçar sistema multilateral de comércio em meio a tensões globais

(Foto: Reprodução / Adobestock)

A China anunciou que não reivindicará mais o status de país em desenvolvimento em negociações e acordos no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo Pequim, a medida tem como objetivo fortalecer o sistema multilateral de comércio, em um contexto marcado pela elevação de tarifas e pela expansão de políticas protecionistas em diversas partes do mundo.

Apesar da decisão, o governo chinês afirmou que continuará a se classificar como uma nação de renda média e parte do grupo de países em desenvolvimento. A diferença é que o país asiático abrirá mão de benefícios específicos desse status, como prazos estendidos para implementar medidas de liberalização ou regras mais flexíveis na abertura de mercados.

A OMC recebeu a decisão como um passo importante para tornar o comércio global mais equilibrado. A pressão pela mudança vinha, sobretudo, dos Estados Unidos, que há anos contestavam a manutenção do status de “país em desenvolvimento” para a China, mesmo com sua posição como segunda maior economia do mundo.

Para o Brasil, a medida tem relevância estratégica. O país compartilha com a China diversas pautas no âmbito da OMC e, ao mesmo tempo, mantém forte relação comercial com o parceiro asiático, seu principal destino de exportações. A alteração no posicionamento chinês pode influenciar negociações multilaterais sobre agricultura, subsídios e barreiras tarifárias — temas centrais para o agronegócio brasileiro.

Os próximos passos serão observados nas futuras rodadas de negociação da OMC, onde a nova postura da China poderá impactar o equilíbrio entre países desenvolvidos e emergentes, trazendo repercussões diretas para o desenho das regras globais de comércio.

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