O arquiteto e paisagista chinês Yu Kongjian, professor da Universidade de Pequim e referência mundial no campo do urbanismo sustentável, morreu em um acidente aéreo no Brasil no dia 23 de setembro. Ele viajava em uma aeronave de pequeno porte que caiu na região pantaneira de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. Além de Yu, outras três pessoas estavam a bordo; não houve sobreviventes.
Segundo informações preliminares, o avião, um Cessna 175 fabricado em 1958, pertencia ao piloto Marcelo Pereira de Barros. Especialistas apontam que a aeronave apresentava possíveis falhas de manutenção. O vice-presidente do Brasil relatou que a queda ocorreu após a perda repentina de altitude durante uma manobra de arremetida, seguida de explosão no impacto. A investigação oficial ainda está em andamento.
Yu, de 62 anos, tinha doutorado pela Universidade Harvard e era fundador do Instituto de Pesquisa em Paisagem da Universidade de Pequim, além do escritório Turenscape. Reconhecido por promover o conceito de “cidades-esponja”, defendia soluções baseadas na natureza para enfrentar enchentes e mudanças climáticas. Seu trabalho recebeu prêmios como o Sir Geoffrey Jellicoe Award (2020) e o Global Award for Sustainable Architecture (2021).
Horas antes do acidente, Yu havia publicado um vídeo registrando a visita ao Pantanal, onde destacou os riscos da expansão agropecuária sobre áreas naturais. Em sua fala, afirmou que sua “exploração estava apenas começando”, frase que comoveu estudantes e colegas. Nas redes sociais, discípulos lembraram o professor como “um dos fundadores do paisagismo contemporâneo” e “inspiração para novas gerações de urbanistas”.
A morte de Yu tem repercussão direta na comunidade acadêmica e profissional também no Brasil, país com o qual ele mantinha intercâmbio em projetos ambientais e urbanísticos. A investigação das causas do acidente é aguardada para esclarecer as circunstâncias e trazer respostas às famílias das vítimas.