A liberação da União Europeia para a reentrada do frango e do peru brasileiros em seu mercado reacendeu a expectativa sobre outros destinos relevantes para o setor. O anúncio, feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária no dia 22 de setembro, reconheceu o Brasil como livre de gripe aviária, abrindo caminho para a retomada de embarques ao bloco europeu.
No dia seguinte, 23 de setembro, em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, foi questionado em coletiva de imprensa sobre o tema. Ele destacou que China e Brasil mantêm uma parceria sólida no comércio bilateral, lembrando que o país asiático é o principal destino das exportações brasileiras e que o Brasil figura como o maior parceiro comercial da China na América Latina.
Guo ressaltou que os dois países têm avançado em áreas como comércio, alfândega e inspeção sanitária. Sobre a eventual retomada das importações chinesas de frango, o porta-voz limitou-se a indicar que a decisão cabe às autoridades competentes responsáveis pela área.
A suspensão das exportações brasileiras ocorreu em maio, quando mais de 20 países barraram a carne de frango após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul. Entre os que interromperam as compras estão União Europeia, China, África do Sul e Argentina, além de outras 13 nações. Já Reino Unido, Cuba e Bahrein restringiram apenas produtos oriundos do estado gaúcho.
Para o Brasil, a posição da China é estratégica: o país é o maior comprador global do frango brasileiro. A eventual normalização das compras não apenas reforçaria a confiança sanitária internacional, mas também teria efeito direto na balança comercial e na cadeia produtiva nacional, especialmente em estados exportadores.
Os próximos passos dependem agora das deliberações das autoridades sanitárias chinesas, que avaliarão as condições para a possível retomada das importações.