Mercosul firma acordo histórico de livre comércio com a EFTA

Parceria com Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein amplia acesso a mercados europeus e fortalece integração econômica sul-americana

(Foto: Reprodução / Júlio César Silva / MDIC)

O Mercosul assinou nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, um acordo histórico de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), consolidando-se como a principal plataforma de integração econômica da América do Sul. O pacto foi anunciado em comunicado conjunto pelos ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e da Agricultura do Brasil.

A iniciativa, apoiada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforça a estratégia do bloco de diversificar mercados, adotar regras mais previsíveis para o comércio e abrir novas oportunidades para empresas e trabalhadores dos países-membros.

Expansão inédita da rede de acordos

Desde 2023, o Mercosul concluiu três negociações-chave: o acordo de livre comércio com Cingapura, o acordo de associação com a União Europeia — cuja assinatura está prevista até o final do ano — e o tratado com a EFTA, formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Segundo dados oficiais, essas iniciativas representam um salto de 152% no fluxo comercial do bloco coberto por preferências tarifárias, a maior expansão de sua rede de acordos comerciais desde sua criação.

O bloco também se prepara para concluir negociações com os Emirados Árabes Unidos, retomar o diálogo com o Canadá e atualizar tratados com México e Índia. “A política comercial do Mercosul está alinhada a valores como multilateralismo, desenvolvimento sustentável e cooperação internacional”, destacou o comunicado.

Impactos econômicos

O acordo reúne dois blocos que, juntos, somam quase 300 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) superior a US$ 4,39 trilhões. Em 2024, o comércio bilateral alcançou US$ 7,14 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 3,09 bilhões e importações de US$ 4,05 bilhões.

Com a entrada em vigor do tratado, cerca de 99% das exportações do Mercosul terão tarifas zeradas nos países da EFTA, ampliando o acesso dos produtos sul-americanos a mercados de alta renda na Europa. Além da redução de barreiras tarifárias, o pacto prevê estímulo a investimentos, fortalecimento de cadeias produtivas, alianças tecnológicas e ganhos diretos para produtores e consumidores.

Próximos passos

Após a assinatura, cada país signatário iniciará seus trâmites internos para ratificar o acordo e incorporá-lo à legislação nacional. Só então o tratado poderá ser plenamente implementado.

Autoridades ressaltam que o pacto representa não apenas a expansão da presença internacional do Mercosul, mas também uma sinalização clara do compromisso do bloco com a integração econômica global e a construção de um comércio mais justo e sustentável.

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