A China importou 12,28 milhões de toneladas de soja em agosto, o maior volume já registrado para o mês, segundo dados oficiais divulgados por agências internacionais. O movimento reflete a estratégia de Pequim de reforçar os estoques internos antes do início da temporada de exportações dos Estados Unidos, em meio às tensões comerciais com Washington.
O Brasil manteve o protagonismo nesse processo. Grande parte das compras chinesas foi direcionada ao grão brasileiro, consolidando o país como principal fornecedor e fortalecendo sua posição no mercado internacional. O ritmo intenso de embarques brasileiros também contribuiu para reduzir o espaço dos EUA, que tradicionalmente ganham mercado a partir de setembro.
Segundo analistas, o aumento das importações é parte de um esforço de garantir segurança alimentar e reduzir riscos diante de incertezas externas. Ao mesmo tempo, a oferta robusta começa a pressionar o mercado interno: as esmagadoras chinesas enfrentam margens negativas, e o preço do farelo de soja caiu cerca de 6% no mercado à vista, refletindo excesso de produto.
Mesmo com esses ajustes internos, a opção por diversificar estoques e antecipar compras mostra a resiliência da estratégia chinesa. Para o Brasil, o cenário confirma a importância da relação comercial com Pequim, que segue como maior destino das exportações agrícolas nacionais e garante fluxo contínuo de receita ao agronegócio.
O recorde de agosto reforça a tendência de que a China, maior importadora global de soja, continuará usando seu peso para moldar os fluxos do comércio internacional, priorizando parceiros estratégicos e assegurando estabilidade em sua cadeia de abastecimento.