As exportações brasileiras de carne bovina alcançaram, em julho, o maior volume mensal desde o início da série histórica em 1997. Foram mais de 300 mil toneladas embarcadas, o que representa um salto de 15% em relação a junho e de 17% na comparação com julho de 2024. Em valores, as vendas renderam mais de US$ 1,6 bilhão ao Brasil.
A China manteve sua posição como principal destino, respondendo por mais de 160 mil toneladas — mais de 51% de todo o volume exportado no mês. Bem atrás, mas em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos, com cerca de 18 mil toneladas, seguidos pelo México, que comprou mais de 15 mil toneladas e vem despontando como mercado emergente para o produto brasileiro.
O desempenho mexicano impressiona: entre janeiro e junho deste ano, o volume exportado para o país saltou 420%, passando de aproximadamente 3 mil para 16 mil toneladas. Para especialistas, diversificar mercados é um caminho estratégico diante do tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros, do qual a carne bovina não escapou.
Segundo o economista Roberto Dumas, ampliar destinos — especialmente em regiões como União Europeia, Canadá, Oriente Médio e África — ajuda a reduzir a dependência de poucos compradores e garante mais resiliência frente a barreiras comerciais. Em 2025, além de China, México e EUA, países como Angola, Geórgia e Arábia Saudita também aumentaram significativamente suas compras.
No caso da China, a relação comercial com o Brasil no setor de carnes se consolida como pilar da pauta bilateral. O apetite chinês por proteína bovina brasileira não apenas garante volumes expressivos, mas também impulsiona investimentos em rastreabilidade, sustentabilidade e certificações que atendam aos padrões exigidos pelo mercado asiático — um movimento que pode abrir portas para outros segmentos do agronegócio nacional.
Com a combinação de recorde histórico, liderança chinesa nas compras e expansão para novos destinos, o Brasil reforça seu papel como potência exportadora de carne bovina. O desafio, agora, será manter o ritmo em um cenário de tarifas, negociações comerciais e crescente demanda por produtos de origem rastreada e sustentável.