Referido pelo South China Morning Post (SCMP) como o maior treinamento dos últimos anos, o Resolute Dragon 2021 começou no último sábado (4) e vai continuar até 17 de dezembro.
Estendendo-se por grande parte do Japão e envolvendo quase 1.400 membros das Forças de Autodefesa do Japão, 2.650 fuzileiros navais dos EUA e uma coleção de aeronaves dos EUA, incluindo MV-22B Ospreys e aviões de caça F/A-18E Hornet, as manobras parecem ser o resultado direto das tensões na região.
Um analista anônimo do Instituto Nacional de Estudos de Defesa do Japão disse ao SCMP que os exercícios foram “resultado direto da crescente ameaça representada pela China para a estabilidade da região”.
O analista afirmou ainda que “os chineses estão de olho” nos últimos jogos de guerra.
O comandante da 3ª Divisão de Fuzileiros, general Jay Bargeron, disse em um comunicado que o Resolute Dragon 21 era “um exemplo da força da aliança EUA-Japão, que serviu como base para a paz e segurança no Indo-Pacífico por mais de 60 anos”.
“Por meio desse exercício, a JGSDF [Força Terrestre de Autodefesa do Japão] e o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA fortalecerão, integrarão e sincronizarão nossas capacidades complementares para garantir que permaneçamos prontos e capazes de defender todo o Japão, salvaguardando nossos valores compartilhados e preservando a liberdade no mar”, disse ele.
Graças à crescente tensão entre China e Ocidente, os Estados Unidos, junto com o Reino Unido, Austrália e Canadá, decidiram realizar um boicote diplomático às próximas Olimpíadas de Inverno em Pequim. Alegando que as autoridades do país nem foram convidadas, o gigante asiático zombou do boicote. O Japão, apesar da pressão de ativistas para o boicote, ainda não definiu posição sobre os jogos.
Segundo a RT, a China tem alertado repetidamente os EUA para recuarem após comentários em que ameaçavam defender Taiwan, que se considera independente.
“Ninguém pode subestimar a firme determinação e vontade da China de defender a soberania nacional e a integridade territorial”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, após a declaração do general americano Mark Milley sobre a defesa de Taiwan.
“Nunca permitiremos que ninguém ou qualquer força separe Taiwan do abraço da pátria de qualquer forma”, disse Wang.
Ainda em outubro, o porta-voz havia advertido que “nenhuma interferência externa” seria permitida em Taiwan, já que a ilha é “uma parte inalienável do território da China, e a questão de Taiwan é puramente um assunto interno da China”.