“A China e o Brasil possuem um amplo espaço para cooperação no desenvolvimento dos recursos hídricos e na gestão de bacias hidrográficas”, disse Yan Hai, reitor da Faculdade de Direito da Universidade de Liaoning, em um seminário internacional sobre direito e recursos hídricos, realizado online no sábado.
Organizado em conjunto pela Faculdade de Direito da Universidade de Liaoning e pelo Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba, no Brasil, o encontro debateu temas como o uso sustentável e a gestão de recursos hídricos e a utilização da energia hídrica. Participaram mais de 20 especialistas e acadêmicos, além de outros 100 professores e alunos da China, Brasil, México e Colômbia, entre outros países.
Nos últimos anos, a China tem atribuído grande importância à cooperação bilateral nas áreas de recursos hídricos, implementando uma série de projetos no Brasil. Em julho de 2018, o primeiro e o maior projeto de abastecimento de água com investimento chinês no Brasil, o Sistema Produtor São Lourenço, operado pela China Energy Engineering Group Co., entrou em operação, fornecendo quase 600 milhões de toneladas de água limpa para o Estado de São Paulo, beneficiando quase 2 milhões de residentes e criando milhares de empregos.
Para abordar as dificuldades de acesso à água potável dos moradores, a State Grid Brazil Holding investiu para construir um sistema inteligente de abastecimento em João Câmara, no estado do Rio Grande do Norte, usando a tecnologia de membranas de Osmose Reversa para purificar as águas subterrâneas com demasiados minerais ou produtos químicos. O projeto pode produzir diariamente 80 toneladas de água potável pura que atende aos padrões mundiais de saúde, resolvendo a escassez de longo prazo de água doméstica para os moradores locais.
Em termos de pesca e aquicultura, a China e o Brasil também estão fortalecendo a cooperação. Em 2022, a quantidade de produtos aquáticos exportados para a China representou 16% das exportações totais do Brasil.
A China é a grande desenvolvedora de tecnologias para atividade de produção de peixes, além de ser um modelo na aquicultura familiar de pequena escala, aproveitamento de áreas, reprodução de peixes, crustáceos e moluscos, além do cultivo de algas, destacou André de Paula, ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil. “Temos amplo interesse em estabelecer e fortalecer cooperações e parcerias em pesca e aquicultura com a China”, afirmou ele.
“O Seminário não apenas fornece uma plataforma para intercâmbios e diálogo aprofundados para juristas na China, Brasil, Colômbia e outros países da América do Sul, mas também mostra a experiência e a sabedoria da China aos outros países”, disse Gustavo Batista, professor e coordenador do programa de Pós-graduação em direito da Universidade Federal da Paraíba.