Bolsonaro foi questionado ontem por que não usava máscara quando chegou para cumprir agenda em Guaratinguetá (SP), e, aparentemente nervoso, mandou a jornalista “calar a boca”. O uso obrigatório de máscara em São Paulo é previsto em lei estadual.
A mensagem de Renan foi compartilhada nas redes sociais com a hashtag “Descontrolado” em referência ao comportamento do presidente. No vídeo, Bolsonaro também manda a própria equipe calar a boca, reclama da cobertura feita pela CNN das manifestações contra o seu governo e ataca a TV Globo.
“Talvez tenhamos errado na solicitação ao presidente da República. Pode não ser mesmo o caso de pedir para ele usar máscara, mas focinheira ou bridão de argola.” Senador Renan Calheiros.
Senadores da CPI condenam ataque a jornalista
Membros da CPI da Covid emitiram nota conjunta em solidariedade à jornalista Laurene Santos, da TV Vanguarda. Os parlamentares criticaram a postura do presidente no episódio e, em referência à pandemia, asseguraram que os responsáveis vão pagar por “erros, omissões, desprezos e deboches” —sem, contudo, citar nominalmente Bolsonaro neste caso.
“A agressão do senhor presidente da República não foi apenas à jornalista Laurene, mas a todos os brasileiros que anseiam por uma resposta à tragédia que atingiu mais de 500 mil famílias desde o início da pandemia, no ano passado”, diz a nota, assinada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), e pelo vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Tentar calar e agredir a imprensa é típico de fascistas e de pessoas avessas a democracia brasileira. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente”, acrescenta o texto, que ainda tem entre os signatários o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), e mais sete senadores. São eles: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Eliziane Gama (Cidadania-MA).