O papa Francisco “está em bom estado de saúde” após a cirurgia do cólon, que aconteceu no domingo, e deve permanecer internado por pelo menos sete dias no hospital Policlínico Gemelli de Roma – informou o Vaticano nesta segunda-feira (5/7).
O pontífice, de 84 anos, que reagiu bem à anestesia geral, “encontra-se em bom estado geral, alerta e respirando sem ajuda”, informou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, em seu primeiro boletim médico sobre a saúde do papa.
“Deve permanecer hospitalizado por sete dias, exceto em caso de complicações”, completou Bruni.
Francisco foi submetido no domingo à tarde a uma operação de estenose diverticular que envolveu uma “hemicolectomia esquerda”, uma intervenção cirúrgica que durou três horas.
O papa foi internado no hospital Gemelli, na capital italiana, para uma “cirurgia planejada” pelas dores no cólon, informou a Santa Sé no domingo.
A decisão pela cirurgia foi tomada para reduzir os problemas causados pelos divertículos, que são pequenas hérnias na parede do cólon. Este é um problema que, com frequência, aumenta com a idade.
O papa chegou ao hospital às 15h (10h de Brasília) de domingo, acompanhado de seu motorista e um colaborador próximo.
Francisco permanecerá internado em um quarto do 10º andar do hospital romano, o mesmo usado por João Paulo II diversas vezes após o atentado em 1981 e por seus vários problemas de saúde.
As janelas do 10º andar permaneceram fechadas durante toda noite.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, foi um dos primeiros líderes a enviar mensagem ao papa, na qual expressou o desejo de sua “rápida recuperação”.
Após a notícia da operação, centenas de mensagens foram publicadas nas redes sociais: de arcebispos da América Latina ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, passando pelo grande imã da Universidade Al-Azhar, o xeque Ahmed el Tayyeb.
O pontífice suspendeu as audiências gerais das quartas-feiras durante o mês de julho e não tem encontros programados em sua agenda oficial até o próximo domingo, quando deverá aparecer na varanda do palácio pontifício para a oração do Ângelus.
“Não tenho medo da morte”
Nascido em 17 de dezembro de 1936 na Argentina, Jorge Bergoglio teve o lobo superior do pulmão direito removido aos 21 anos, devido a uma pleurisia. Ele sofre de problemas nos quadris e ciática.
No domingo ao meio-dia, celebrou a tradicional oração dominical do Ângelus na janela da residência Santa Marta para os fiéis reunidos sob um sol forte na Praça de São Pedro.
Ele parecia em boa forma e animado para anunciar uma visita oficial à Eslováquia de 12 a 15 de setembro, sua segunda viagem ao exterior em 2021, depois do Iraque, em março.
“Não tenho medo da morte”, confidenciou ele em um livro de entrevistas realizado em 2019 com um jornalista argentino.
Após a operação no pulmão, “nunca me senti limitado nas minhas atividades (…). Nunca senti cansaço, ou falta de ar”, assegurou.
Nos últimos anos, porém, teve de cancelar alguns compromissos e, ocasionalmente, caminha com dificuldade.