Novas forças produtivas para acelerar o crescimento econômico da China

Artigo do jornalista brasileiro radicado em Pequim Rafael Henrique Zerbetto aborda o relatório do governo chinês apresentado durante encontro do legislativo nacional do país

(Foto: Xinhua)

No dia 5 de março, o premier chinês, Li Qiang, durante a 2ª Sessão da 14ª Assembleia Nacional do Povo, apresentou seu relatório sobre o trabalho do governo. Ao listar as tarefas prioritárias para 2024, a primeira delas foi apresentada como “Impulsionar a atualização de um sistema industrial moderno e desenvolver mais rapidamente novas forças produtivas de qualidade”.

Nessa mesma sessão, em conversa com a delegação da província de Jiangsu, o presidente chinês Xi Jinping enfatizou a importância de se desenvolverem novas forças produtivas de alta qualidade de acordo com as condições locais. Mas o que exatamente são essas “novas forças produtivas de alta qualidade”?

Em primeiro lugar, precisamos analisar a atual situação econômica da China: o país está entrando em um novo caminho de desenvolvimento guiado pela inovação em setores avançados como veículos elétricos, novos materiais, viagens espaciais comerciais, tecnologia quântica e biotecnologia.

A visão moderna e inovadora de Xi reflete sua compreensão a respeito da importância de se aproveitar as vantagens regionais de cada lugar da China, promover o bem-estar das pessoas e persistir em uma filosofia de desenvolvimento orientada para o futuro.

Trata-se, em linhas gerais, de uma visão oposta àquela da globalização ao estilo ocidental dos anos 90, que vê as diferenças culturais e regionais como obstáculos à padronização da produção e do consumo, busca o lucro rápido e precariza o trabalho para reduzir custos.

Em segundo lugar, o relatório de Li Qiang esclarece didaticamente o que a China precisa fazer para desenvolver as novas forças produtivas: modernizar suas cadeias industriais e de suprimentos, dar apoio às indústrias emergentes e àquelas orientadas para o futuro, e promover o desenvolvimento inovador da economia digital.

Xi, por sua vez, recomendou que seja dada prioridade máxima ao desenvolvimento de alta qualidade, sejam tomadas medidas para intensificar os esforços para promover a inovação e as indústrias emergentes, e seja acelerado o processo de modernização da indústria chinesa.

O desenvolvimento de alta qualidade da China também reflete os esforços do país para se tornar uma economia verde, sustentável, inovadora e capaz de se moldar às condições específicas de cada região.

A estratégia de desenvolvimento da China responde aos desafios de nossa época e, por esse motivo, vem ganhando cada vez mais atenção, especialmente dos países do sul global, os primeiros a compreender que a China obteve grande sucesso em combater a pobreza, agregar valor à sua produção e modernizar sua infraestrutura.

Mais que simplesmente ser um exemplo de progresso, o país asiático propõe ao mundo o conceito de cooperação ganha-ganha para compartilhar experiências de governança com outros países, de modo que todos possam alcançar o desenvolvimento ao longo do processo de construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade.

Buscando a produção de resultados tangíveis com impacto positivo nas vidas das pessoas, essa “globalização ao estilo chinês” busca promover um ambiente internacional saudável e harmonioso.

Enquanto as potências ocidentais adotam o protecionismo e banalizam sanções unilaterais, a China aperfeiçoa sua economia para tornar suas empresas ainda mais competitivas. Qual estratégia você acha que trará melhores resultados no longo prazo?

* Rafael Henrique Zerbetto é editor estrangeiro do Centro Ásia-Pacífico do China International Communications Group. Jornalista brasileiro, reside em Pequim, capital nacional da China, há oito anos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui