O Ministério Público da Argentina pediu a prisão da ex e atual vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. O MP acusa Kirchner de associação ilícita e favorecimento de um amigo empresário.
Segundo a defesa da vice-presidente, em função da falta de provas, os promotores da denúncia, Diego Luciani e Sergio Mola, incluíram questões que não haviam sido levantadas durante o processo que já perdura desde 2019. Nesse sentido, a defesa solicitou o retorno ao tribunal para garantir o direito de defesa de Kirchner. O juiz do Tribunal Federal 2 de Buenos Aires, Rodrigo Giménez, no entanto, negou o pedido.
O presidente da Argentina, Alberno Fernández, que é professor de direito, assinou uma nota oficial do governo classificando o processo de “perseguição judicial e midiática contra a vice-presidente”. Na nota, o governo argentino afirma que “nenhum dos atos atribuídos à ex-presidente foi provado” e que a condenação iria “contra os mais elementares princípios do direito penal moderno”.
Em seu twitter, a ex-presidenta do Brasil Dilma Rousseff prestou solidariedade, afirmando que Kirchner seria “vítima de mais um ato brutal de lawfare e de perseguição política”. Fazendo alusão a outros processos semelhantes como os da Lava Jato no Brasil, Dilma afirmou que se trata do “método que a extrema-direita adota no continente para interditar líderes”:
No rol da condenação, os procuradores da “Lava Jato argentina” pediram 12 anos de prisão para Cristina Kirchner, bem como sua perda de direitos políticos e confisco de bens no valor de 5,3 bilhões de pesos argentinos (por volta dos R$200 milhões). O processo ainda será julgado nas instâncias superiores na justiça do país.