Filho de uma uruguaia, Abdel é um exemplo de doble chapa, como são chamados na região os brasileiros descendentes de uruguaios que têm dupla cidadania.
Assim como ele, brasileiros com mais de 18 anos e que possuem cidadania uruguaia podem ser imunizados contra o novo coronavírus no país vizinho — não é necessário ser profissional de saúde ou fazer parte de algum outro grupo prioritário.
Enquanto o Brasil caminha a passos lentos na imunização contra a covid-19, o Uruguai tem avançado rapidamente na imunização de seus habitantes. O país vizinho planeja vacinar cerca de 70% de seus quase 3,5 milhões de moradores até o fim do primeiro semestre deste ano.
Diversos moradores de Santana do Livramento têm se vacinado em Rivera, no Uruguai. Na cidade brasileira, de cerca de 76 mil habitantes, muitos moradores têm dupla cidadania.
Há também vários uruguaios que vivem no Brasil e foram ao país de origem para serem imunizados. Brasileiros que trabalham no Uruguai também estão sendo vacinados lá.
A vacinação na fronteira brasileira é considerada fundamental pelas autoridades uruguaias, em virtude do atual cenário da pandemia no Brasil, com sucessivos recordes de mortes e casos.
O Uruguai começou a imunização contra a covid-19 em 1º de março. Foi o último país da América do Sul. Apesar disso, as autoridades uruguaias anunciaram que já haviam comprado vacinas suficientes para a população local — os imunizantes têm chegado aos poucos no país.
tualmente, o Uruguai possui as vacinas Coronavac, da chinesa Sinovac, e Cominarty, das farmacêuticas Pfizer e BioNtech. Enquanto a primeira tem sido aplicada em grande parte da população, a segunda tem sido usada principalmente em profissionais da saúde e idosos acima de 80 anos.
Posteriormente, o país também deve receber doses da vacina de Oxford-AstraZeneca, por meio do consórcio internacional Covax Facility, iniciativa ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS) para distribuir imunizantes contra a covid-19.