Os Estados Unidos proibiram duas de suas empresas de exportarem chips para a China em mais um capítulo da disputa tecnológica entre as duas potências. A Nvidia não poderá vender seu chip de inteligência artificial A100 e qualquer modelo futuro que tenha a mesma capacidade de processamento e a AMD também foi submetida a medida similar.
Em comunicado apresentado na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a Nvidia afirma que a decisão deverá significar uma perda em vendas de US$ 400 milhões no próximo trimestre. O documento destaca que o controle das exportações foi decidido pelas autoridades dos EUA por conta do risco dos chips serem usados em produtos militares da China e da Rússia.
A companhia ainda afirma que está tentando suprir os pedidos de compras de data centers chineses com produtos que não foram sancionados e um de seus chips que ainda está em desenvolvimento, o H100, também não poderá ser exportado para a China.
Os chips que os Estados Unidos tentam controlar são semicondutores, os processadores que movem celulares, drones, equipamentos militares — e se tornaram essenciais para a economia. Eles estão no centro disputa tecnológica travada entre Washington e Pequim. O H100 é um semicondutor de 7 nanômetros, um dos mais difíceis e avançados de fabricar e que é produzido em escala industrial apenas por países alinhados aos EUA, como Taiwan e Coreia do Sul.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou em coletiva de imprensa que os EUA tentam impor um “bloqueio tecnológico” contra Pequim.
Os EUA “estão tentando tirar vantagem de sua própria vantagem tecnológica para restringir e deprimir o desenvolvimento de mercados emergentes e países em desenvolvimento”, afirmo Wang.
Edição: Rodrigo Durão Coelho