A Otan tem estado muito engajada no conflito entre a Rússia e a Ucrânia com a transferência de armas maciças para a Ucrânia, reunindo várias tropas na Europa Oriental e dando as boas-vindas à Suécia e à Finlândia para se juntarem à aliança.
Analistas afirmaram que o desrespeito da Otan pelas preocupações legítimas da Rússia em relação à segurança e sua contínua expansão são a causa raiz do surto e da escalada desse conflito. Se continuar a diminuir a pequena zona tampão que resta entre a Rússia e ela própria, a situação, sem dúvida, piorará.
O flanco leste da Otan geralmente se refere aos três países bálticos, a saber, Estônia, Letônia e Lituânia, bem como Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária.
Antes da escalada do conflito Rússia-Ucrânia, a Otan implantou uma força de combate em cada um dos três países bálticos e na Polônia e implementou um mecanismo de rotação com tropas de guarnição não permanentes.
Mas a Otan dobrou o tamanho das quatro forças de combate acima mencionadas e declarou quatro novos grupos de batalha da Otan na Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia na cúpula da Otan realizada no mês passado.
A Otan é vista por muitos como um vestígio da Guerra Fria, e tem sido questionada sobre a necessidade de sua existência após o fim da Guerra Fria.
A aliança militar na década de 1990 prometia que não se expandiria “uma polegada para o leste”, segundo o ex-secretário de Estado americano James Baker. No entanto, liderada pelos Estados Unidos, a Otan expandiu-se cinco vezes para o leste desde 1999, aumentando o número de países membros de 16 para 30.
Além de fortalecer os desdobramentos no flanco leste, a Otan está recrutando novos membros na ala norte. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou repetidamente que, se a Finlândia e a Suécia se inscreverem na aliança, a Otan os receberia e garantiria que sua entrada fosse aceita rapidamente.
Alguns analistas afirmam que antes da escalada do conflito Rússia-Ucrânia, a Rússia havia repetidamente comunicado e confirmado aos EUA e à Otan sua linha vermelha, mas ambos a desconsideraram.
Dmitry Belik, membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma da Rússia, disse na semana passada que a Otan busca aumentar sua presença militar perto das fronteiras russas, mas a entrada da Finlândia e da Suécia na Otan não beneficiará esses países.
“Esta questão afeta seriamente nossa segurança, então seremos forçados a tomar medidas de retaliação”, disse ele ao jornal Izvestia.
Segundo o especialista militar Viktor Litovkin, caso a Finlândia e a Suécia decidam aderir à Otan, a Rússia fortalecerá justificadamente a fronteira russo-finlandesa, bem como toda a área de água do Golfo da Finlândia.
“A Rússia terá que fortalecer as forças terrestres e a defesa aérea, implantar forças navais significativas no Golfo da Finlândia no caso de a Finlândia e a Suécia se juntarem à aliança”, observou o especialista.