Em primeiro lugar, indicou a direção para a evolução da governança global do clima. O presidente Xi Jinping assinalou que a comunidade internacional deve abraçar aspirações e ações sem precedentes para promover a harmonia entre o Homem e a Natureza, o desenvolvimento verde, a governança sistêmica e a abordagem centrada no povo. É preciso seguir a tendência da revolução tecnológica e industrial e fazer bom uso das oportunidades de desenvolvimento trazidas pela transformação verde. É preciso aproveitar a inovação para impulsionar vigorosamente a modernização das nossas estruturas econômicas, energéticas e industriais, de modo a garantir um ambiente ecológico que dê respaldo à sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social em nível global. E é necessário, ainda, criar sinergias entre a proteção ambiental, o crescimento econômico, a criação de empregos e a erradicação da pobreza, a fim de alcançar equidade e justiça sociais no processo da transição verde.
Além disso, o presidente Xi reiterou os princípios para uma melhor governança global do clima. Ele salientou o papel fundamental do multilateralismo, do direito internacional, do princípio de equidade e justiça e das ações eficazes para defender o sistema internacional centrado nas Nações Unidas, respeitar os objetivos e princípios estabelecidos na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris, e implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Observando o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, os países desenvolvidos devem mostrar maior ambição e mais ações, com esforços concretos para ajudar os países em desenvolvimento a fortalecer a capacidade de lidar com as mudanças climáticas e acelerar a transição para um crescimento verde e de baixa emissão de carbono.
Por fim, o presidente Xi evidenciou a determinação da China de se engajar na governança global do clima. O tempo prometido pela China para alcançar a neutralidade climática (até 2060) desde seu pico de emissões de CO2 (até 2030) é muito mais curto daquele dos países industrializados. Para honrar esse compromisso, um plano de ação está sendo elaborado com medidas mais assertivas e amplas, dando apoio a locais e setores selecionados para que consigam atingir o pico o quanto antes. Serão aplicados controles mais rígidos sobre os projetos de termelétricas a carvão e à emissão de outros gases de efeito estufa fora o CO2. Além disso, o mercado nacional de carbono da China iniciará sua transação. A China continua a ajudar os países em desenvolvimento a fortalecer a capacidade de resposta às mudanças climáticas por meio de diversas formas de cooperação substancial Sul-Sul. Comprometida em tornar a cooperação ecológica uma prioridade da construção conjunta da parceria “Cinturão e Rota”, a China está empenhada em criar um sistema justo e equitativo de governança global do meio ambiente e uma cooperação que beneficie a todos.
Como dois grandes e populosos países emergentes, a China e o Brasil se deparam com os desafios do crescimento econômico e da proteção ambiental. Compartilham, portanto, um vasto gama de interesses comuns e enorme potencial para a parceria. A COP26 da UNFCCC será realizada ainda este ano, e a China sediará em outubro a COP15 da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica. Este é o momento oportuno de nossos países aumentarem concertações multilaterais nessas agendas, assim como o alinhamento em políticas sobre uma “recuperação verde” da economia no pós-pandemia. Ao ampliar a cooperação em domínios como a inovação científica e tecnológica, energias limpas, agricultura inteligente e ecoturismo, uniremos forças para viabilizar uma nova convivência harmoniosa entreo Homem e a Natureza.