Comerciantes de todo Brasil amargaram grandes prejuízos nesta segunda-feira (4) por conta da queda no serviço do WhatsApp, que foi acompanhada por outras redes, como Facebook, o Instagram e o Telegram. Os microempreendedores e pequenos comerciantes dependem diretamente dos chats do popular “zap” para impulsionar vendas e fechar negócio.
Segundo dados oficiais do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entre as empresas que digitalizaram seus serviços, em todas as áreas, 84% preferem utilizar o WhatsApp para impulsionar suas vendas. Os números mostram ainda que 90% das atividades nas áreas de artesanato, beleza e moda fazem uso dessa ferramenta. Apenas 23% dos vendedores optam por usar um site próprio.
Confira relatos e reclamações de todo país:
Natal (RN) – “Nossa loja sempre teve um foco muito grande nas vendas on-line. Representa 60% do lucro da nossa loja. Desde o começo da pandemia, nosso cliente se adaptou muito bem a comprar on-line, entregas e retiradas. Com a queda das redes sociais, fica difícil a comunicação com o cliente”, contou Paula Soares, gerente de um vendas on-line de uma loja.
“Atualmente estamos com 39 compras paradas só no WhatsApp, fora as mensagens perdidas e sem resposta no Instagram. Estamos nos adaptando ligando pros clientes, para poder finalizar, tirar dúvidas sobre o vestido, até mesmo mandando e-mail. Como temos um site próprio, é um auxílio. Nossos clientes podem ir lá e comprar como alternativa às vendas pelo WhatsApp”, concluiu Paula.
Vitória (ES) – “Descobrimos que o WhatsApp tinha caído porque ele enviou o comprovante e não estava chegando. Quando ele ligou percebemos que não estava funcionando. As vendas pelo WhatsApp aqui representam 50% da demanda, porque é mais rápido e prático”, explicou João Victor Duarte, funcionário de farmácia.
Belo Horizonte – “A gente faz o cardápio e manda todo dia para 400 pessoas pelo WhatsApp. Quem tem o número fixo, liga, mas geralmente os clientes pedem mesmo por mensagem. As vendas foram bem mais fracas”, disse Edna Reis, sócia de um restaurante que fornece marmitex na capital mineira.
São Paulo (SP) – “O Instagram puxa muito nossas vendas, que são finalizadas no WhatsApp ou pelo site. Em um dia normal, já teríamos recebido ao menos uns sete pedidos, mas não vendemos nada. Estamos reféns da tecnologia”, reclamou Carlos Henrique dos Santos, gerente financeiro de uma loja de roupas que oferece seus produtos para 95 mil seguidores nas redes sociais.
Fortaleza (CE) – “É meio desastroso, pois eu tinha ficado de enviar um link de pagamento para um cliente quando o WhatsApp parou de funcionar. Sem contar na dificuldade de comunicação. Estava finalizando uma venda quando o WhatsApp falhou e eu achei que era um problema com o meu celular, então liguei e desliguei, reiniciei o wifi e nada. Só depois fiquei sabendo através do meu marido que [o aplicativo] tinha parado. Inclusive, ele estava fazendo uma cobrança no momento do ocorrido”, contou Di Araújo, sócio de uma loja virtual que vende sungas.
Brasília (DF) – “Foi terror e pânico. Vivemos o caos hoje. Posso dizer que 99% dos meus clientes pedem comida pelo WhatsApp, e ele parou justamente na hora mais pesada do meu delivery. Até agora não sei o tanto de pedidos que perdi”, relatou Daniela Gourmet, chefe de cozinha que vende marmitas no Plano Piloto.