Em nota, a Embaixada da China no Brasil diz que Pequim classifica as declarações como “irresponsáveis” e destaca que “a cooperação sino-brasileira é igualitária e mutuamente benéfica”.
A Embaixada da China no Brasil rechaçou as declarações da chefe de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, que recentemente afirmou que o Brasil deveria ter cautela em aderir à iniciativa chinesa Cinturão e Rota, popularmente conhecida como Nova Rota da Seda.
A declaração de Tai foi dada na quarta-feira (23), em evento da Bloomberg organizado em São Paulo.
“O Brasil deve se perguntar qual é o caminho que leva a mais resiliência não só da economia brasileira, mas da economia global”, afirmou Tai.
Em nota divulgada neste sábado (26), assinada pela porta-voz da embaixada chinesa no Brasil, Li Qi, Pequim classificou as declarações como “irresponsáveis”.
“Recentemente, uma alta autoridade do governo dos Estados Unidos que esteve no Brasil para participar de uma reunião multilateral, emitiu comentários irresponsáveis sobre o debate brasileiro para cooperações relacionadas à Iniciativa ‘Cinturão e Rota’. Tal ato carece de respeito ao Brasil, um país soberano, e despreza o fato de que a cooperação sino-brasileira é igualitária e mutuamente benéfica. Por este motivo, manifestamos nosso forte descontentamento e veemente oposição”, diz a nota.
A nota acrescenta que “o Brasil merece ser respeitado” e que é “uma grande nação que defende sempre sua independência e tem grande projeção internacional”.
“O Brasil não precisa que outros venham lhe ditar com quem deve cooperar ou que tipo de parcerias deve conduzir. A China valoriza e respeita o Brasil desde sempre. O fortalecimento da cooperação sino-brasileira está alicerçado na confiança mútua e na convicção no futuro do outro.”
A nota frisa que Brasil e China têm 50 anos de relações diplomáticas e que Pequim está comprometido com “a cooperação igualitária e o desenvolvimento conjunto com o Brasil, de maneira a trazer maiores benefícios aos povos dos dois países”.
“Acreditamos que a cooperação sino-brasileira, ao alcançar níveis mais elevados, chamará maior atenção do mundo. Seria algo positivo se outros países, em resposta, valorizassem ainda mais o Brasil e aumentassem realmente seus investimentos em cooperação com o país”, conclui o documento.