Brasil quer da China apoio para assento permanente no Conselho de Segurança da ONU

Brasil pretende que a China e os candidatos ao BRICS manifestem em declaração assinada em Johannesburgo serem a favor da entrada do governo brasileiro no órgão

Xi Jinping e Lula (Foto: Presidência da República)

Para destravar a adesão de novos países ao BRICS – grupo político atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, o governo brasileiro, que se mostra resistente à ampliação do grupo, ofereceu uma saída: ele quer o apoio da China para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e para obter um assento permanente no órgão.

“A moeda de troca foi combinada em ação conjunta com a Índia e a África do Sul. Ingressar no Conselho de Segurança da ONU é um desejo antigo dos três países, agora articulado para convencer Pequim”, diz o Estado de S. Paulo.

“O Brasil já deixou claro que estaria disposto a destravar o processo se a China, principal patrocinadora da entrada de novos membros no bloco, assim como os postulantes, manifestassem em declaração assinada em Johannesburgo serem a favor da pretensão histórica brasileira – e também de indianos e sul-africanos”, complementa a reportagem.

Apesar da proposta brasileira, a avaliação é de que a China não aceitará. “Embaixadores brasileiros consideram uma incoerência a China patrocinar o ingresso de novos membros no Brics e bloquear processo semelhante no órgão mais poderoso das Nações Unidas. Nos dois casos, uma das justificativas é dar mais representatividade aos organismos multilaterais e equilibrar poderes de decisão na governança global, dando aos órgãos uma composição mais próxima do atual cenário do mundo, com presença de países em desenvolvimento e do chamado Sul Global”.

Os candidatos com mais chances de entrarem para o BRICS são: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.