Os comentários chegam depois que Washington adicionou mais de 30 empresas chinesas à sua “Lista de Entidades” no mais recente movimento de repressão, não obstante relatos da mídia sugerirem que as autoridades dos EUA planejavam reverter suas proibições rígidas de exportação de chips para permitir que empresas de semicondutores na Coreia do Sul e em Taiwan mantenham e expandam suas operações no continente chinês.
Os especialistas chineses apontam que estes movimentos contraditórios mostram tanto o desespero dos EUA em intensificar os esforços para conter a ascensão tecnológica da China, quanto as dificuldades crescentes que enfrentam na implementação das intermináveis medidas de repressão anunciadas.
A última medida de repressão, além de todas as medidas anteriores, mostra o desespero de Washington mais do que qualquer outra coisa, já que essas medidas ilógicas não conseguem alcançar aquilo que os EUA procuram, disseram especialistas.
Tais movimentos “são baseados na mentalidade da Guerra Fria e não se justificam na lógica de mercado e das regras econômicas“, disse He Weiwen, membro sênior do Centro para a China e a Globalização, ao Global Times.
Por causa disso, as ações dos EUA estão enfrentando cada vez mais a resistência crescente dos atores da indústria, tanto nos EUA quanto em outros países e regiões, o que, em alguns casos, forçou Washington a reverter algumas de suas proibições rígidas contra a China.
O governo dos EUA impôs restrições rigorosas às exportações de chips e equipamentos de fabricação de chips para o continente chinês em outubro de 2022, quando também concedeu uma isenção de um ano a vários fabricantes de chips da Coreia do Sul e de Taiwan.
Essas isenções deveriam expirar em outubro, mas Alan Estevez, subsecretário do Comércio para Indústria e Segurança, disse a uma reunião na semana passada que o governo planeja estender essas isenções, de acordo com o relatório.
“O prolongamento da isenção está de acordo com as expectativas porque os EUA temem a reação das empresas”, afirmou Ma Jihua, especialista veterano da indústria, ao Global Times na terça-feira (13), observando que os EUA esperavam que alguns fabricantes de chips saíssem do mercado chinês no ano passado e expandissem o investimento nos EUA.
“Mas isso não aconteceu, mesmo depois que as relações China-Coreia do Sul atingiram uma nova baixa.“
Os fabricantes de chips sul-coreanos como a Samsung Electronics têm uma enorme presença no continente chinês. A Coreia do Sul enviou 55% de suas exportações de semicondutores para a China em 2022, em comparação com apenas 7% para os EUA, de acordo com a mídia sul-coreana.
O governo sul-coreano se tornou cada vez mais hostil em relação à China ao nível político, em sintonia com os EUA, mas em termos de interesses econômicos, não mostrou vontade de abandonar o mercado chinês, de acordo com o especialista.
Na verdade, “a chamada aliança Chip 4 dos EUA não está indo bem, a Coreia do Sul e o Japão não implementaram muito [do que estava planejado]”, sublinhou.
Apontando para o plano dos EUA de prorrogar as isenções, os especialistas chineses observam que a campanha norte-americana de proibição de chips pode estar mostrando algumas rachaduras, ao mesmo tempo que alertam para a intensificação das ações de repressão dos EUA sobre outros setores tecnológicos chineses.
Mas, por enquanto, em meio a crescentes perdas econômicas e crescentes preocupações globais sobre a rápida deterioração da relação China-EUA, os Estados Unidos mostraram certa disposição de aliviar as tensões, disse Tian Yun, economista de Pequim, ao Global Times na segunda-feira (12).
“Os laços continuamente tensos entre a China e os EUA causaram preocupações não apenas na China e nos EUA, mas também em outros países, incluindo em alguns aliados dos EUA. Todos estão preocupados”, enfatizou ele.
Mas, ao mesmo tempo, as autoridades americanas, mesmo quando intensificaram a repressão e difamação da China, recentemente pediram conversas oficiais com autoridades chinesas.
Além disso, muitos meios de comunicação dos EUA relataram que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pode visitar a China em breve.