“Uma semente cresce sem som, mas uma árvore cai com um ruído enorme. A destruição tem ruído, mas a criação é silenciosa. Esse é o poder do silêncio, crescer silenciosamente.”

Confúcio

O vencedor de uma corrida é sempre aquele que chega à frente de seus competidores. Há uma linha marcada para que essa chegada seja ultrapassada. Mas a vida tem corridas que não possuem vencedores ou derrotados, nem linha final, pois tratam da própria existência da humanidade. É o caso de pandemias.

Essa atual geração convive com a Covid-19 e todos os impactos desta tragédia humanitária, com milhões de mortos e muitos que estão ou desenvolverão sequelas. O que é um fato categórico.

Mas nos dias atuais 5+3 nem sempre é 8. A verdade dos fatos pode ser qualquer narrativa bem elaborada e embrulhada. Assim a guerra pela Covid-19 está sendo mais exitosa nos países que tiveram o maior número de mortes, como os Estados Unidos, mais de um milhão. E pior enfrentada pela China, que teve até agora menos de seis mil mortes.

Com uma comunicação massiva, como uma árvore cai com um ruído enorme, o Ocidente faz “campanha” e grita suas estratégias de combate à Covid-19, mostrando a liberação de espaços, retomada da economia, mesmo apresentando ainda aumento de internações e mortes. Essa política é defendida e apoiada até por parte da população, que desconhece as reais razões dessas escolhas nada científicas. Como se a vacina resolvesse todos os problemas de saúde pública, até aqueles existentes antes da pandemia.

Por outro lado, o Ocidente faz uma cobertura silenciosa, como uma semente que cresce sem som, para não dar espaço à política chinesa de Covid-zero. Mostrando somente o lado negativo de cidades em confinamento (lockdown) ou com a economia parada. Mesmo que a população esteja sendo assistida, protegida e orientada. E salva!

Essa guerra de narrativas não fica apenas nas questões de saúde, mas vale pra qualquer fato. A objetividade não existe mais. O que vale são as fake news.

A Barbarossa de Biden

Vejamos o caso do atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tem origem na expansão da Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, com uma Europa que segue a liderança determinante dos EUA.

A Operação Barbarossa é reconhecida entre os historiadores como o dia em que Hitler perdeu a Segunda Guerra Mundial. A decisão de invadir a URSS foi o começo do fim para o regime nazista.

Como em 1941, Joe Biden não fez os cálculos certos ao liderar um movimento de adesão de novos países a Otan, principalmente, os com fronteira e problemas com a Rússia, que faz seu papel atual de defender sua soberania, como fez durante a Segunda Guerra, o que foi responsável pela eliminação do Terceiro Reich.

Mas na narrativa Ocidental a Rússia é o pivô de uma guerra desproporcional. Mas na verdade, os atuais líderes ucranianos apoiam grupos nazistas. Além de compactuar com essa ação americana, de aderir a Otan, de desestabilização dos continentes, o que segue na Ásia, com falas destemperadas de Biden, fora dos Acordos oficiais políticos de uma só China.

Novas narrativas, com ações estratégicas

A guerra de narrativas precisa ser vista como um empecilho para um mundo melhor, que deveria ter a busca pela igualdade como prioridade. A felicidade do povo, como sinaliza o próprio sonho chinês.

É preciso um processo de comunicação estratégica para combater a narrativa Ocidental de fake news. O que engloba ações práticas e diretas, que aproximem os fatos das pessoas reais, do povo.

Vide o caso do Brasil, que pode ser um piloto para estas ações. Mesmo a China sendo o maior investidor e parceiro do país há 15 anos, parte da população não sabe os benefícios desta relação na geração de emprego e renda que atinge diretamente os brasileiros de todas as classes sociais.

Dessa maneira, os brasileiros precisam conhecer de forma prática como esses benefícios chineses, quando compra soja ou faz parceria para produção de vacinas, são importantes para manutenção da estabilidade socioeconômica do Brasil. Mas essa narrativa precisa ser bem detalhada, com exemplos reais, que envolvam tecnologia e diversos canais de divulgação, com os próprios brasileiros mostrando estes exemplos, nas suas vidas. Eis um bom trabalho que precisa ser feito já. Para que se tenham novas e verdadeiras narrativas.

Daniel Castro, Jornalista, escritor e consultor. Autor do livro “China de volta para o presente” (2020), e-book, Amazon).

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