A fumaça branca surgiu no céu de Roma pouco depois das 13h (horário de Brasília) desta quinta-feira (8), sinalizando ao mundo: o conclave chegou a uma decisão. Na sacada da Basílica de São Pedro, o Cardeal Protodiácono Dominique Mamberti confirmou o que milhares de fiéis aguardavam ansiosamente: “Habemus Papam”. O escolhido é o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, que assume o cargo mais alto da Igreja Católica com o nome de Leão XIV.
Aos 68 anos, Prevost se torna o novo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos em um momento desafiador, que pede renovação, escuta e continuidade. Após a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), ele se apresentou pela primeira vez aos fiéis que lotavam a Praça de São Pedro, em clima de comoção e expectativa.
Um novo ciclo no Vaticano
A escolha do novo pontífice ocorreu após a morte do papa Francisco, no último dia 21, encerrando um dos pontificados mais marcantes das últimas décadas, centrado na inclusão, justiça social e enfrentamento de abusos internos. Durante o período de Sé Vacante, o Colégio dos Cardeais assumiu interinamente o comando da Igreja, enquanto o Camerlengo cuidava dos ritos fúnebres e da preparação do conclave.
O processo de eleição, realizado na Capela Sistina, seguiu protocolos rigorosos. Os cardeais com menos de 80 anos permaneceram isolados, sem contato com o mundo externo, para garantir total confidencialidade. Em sucessivas rodadas de votação, cada eleitor registrava seu voto com a frase latina “Eligo in Summum Pontificem” (Escolho como Sumo Pontífice), seguida do nome do candidato.
Quem é Leão XIV
Nascido nos Estados Unidos, Robert Francis Prevost tem uma longa trajetória dentro da Igreja. Reconhecido por sua atuação pastoral e sensibilidade diplomática, ele era apontado como um dos nomes fortes do colégio cardinalício. A escolha por um papa norte-americano é considerada simbólica: reflete o desejo de ampliar a representatividade dentro da cúpula e dialogar com desafios contemporâneos globais, como migração, polarização e crise climática.
A adoção do nome Leão XIV também chama atenção — evocando figuras históricas do passado da Igreja, e sinalizando que seu pontificado pode buscar equilíbrio entre tradição e abertura.
Enquanto os olhos do mundo se voltam agora para o novo papa, o Vaticano vive um momento de transição e esperança. Leão XIV tem diante de si a missão de conduzir a Igreja por caminhos complexos, mas também de escutar e dialogar em tempos de mudança.