O uso da violência para combater a violência e o círculo vicioso de vingança no conflito israelense-palestiniano apenas criará mais obstáculos a uma solução política; o conflito não pode ser resolvido pela força. É o que declarou o enviado especial do governo chinês para o Oriente Médio, Zhai Jun, em coletiva a jornalistas no Cairo, neste domingo (22, segunda-feira, 23, no Egito).
“A principal prioridade é um cessar-fogo imediato das partes do conflito, o cumprimento do direito humanitário internacional, a garantia da segurança dos civis, a criação das condições necessárias para apaziguar a situação e a prestação de assistência humanitária”, disse Zhai Jun.
A declaração foi dada um dia após a participação de Zhai Jun na Cúpula da Paz, realizada no sábado (21), no Cairo, que discutiu o conflito entre Israel e Hamas.
Na coletiva, Zhai Jun salientou que os atores relevantes da comunidade internacional devem manter a calma e a moderação, aderir à objetividade e à imparcialidade, promover a desescalada do conflito, abrir canais para a assistência humanitária o mais rapidamente possível e evitar um maior impacto na segurança regional e internacional.
“A China acredita que a força nunca foi a forma de resolver problemas, e usar a violência para combater a violência apenas levará a um círculo vicioso de vingança interminável entre si e criará ainda mais obstáculos a um acordo político”, disse Zhai Jun.
A escalada do conflito na Faixa de Gaza gera temor na comunidade internacional de que a violência possa se espalhar pela região. Como afirmou recentemente o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a situação é potencialmente perigosa e pode extravasar a zona de conflito árabe-israelense.
O presidente russo, Vladimir Putin, expressou preocupação com o aumento catastrófico de vítimas civis no conflito, que sobe a cada dia.
Desde que a ofensiva israelense em retaliação ao ataque do grupo Hamas teve início, no dia 7 de outubro, 4.385 palestinos já perderam suas vidas, segundo a mais recente atualização divulgada no sábado, pelo Ministério da Saúde de Gaza. Do total, 1.756 eram crianças. No lado israelense, o número de vítimas fatais divulgado pelas autoridades israelenses é de 1,4 mil, a maioria no dia da incursão do Hamas.