Mercado de criptomoedas na China começa a sentir os efeitos da repressão do governo

Huobi e OKEx, entre outras empresas, já sentiram os efeitos do mercado

O reforço política do governo chinês em reprimir a mineração e negociação de bitcoin já começou a afetar o mercado para além das quedas imediatas nos preços das criptomoedas.

Diversas empresas do setor começaram a abandonar o país e a interromper de forma mais direta o acesso da população chinesa a seus serviços. A última delas foi a exchange de derivativos Bybt, que fechará a conta de todos os usuários cadastrados com um número de telefone chinês, residentes ou não do país asiático.

A informação foi divulgada nesta terça-feira (25) pelo jornalista Colin Wu, cujo perfil no Twitter, se tornou uma referência na cobertura do mercado chinês, e foi considerada por ele como uma das medidas “mais severas” vistas até o momento.

Ele mostrou um e-mail enviado pela exchange que determina 15 de junho como o prazo final para os chineses sacarem suas criptomoedas. Na mensagem, a corretora reitera que as contas serão fechadas mesmo que o usuário mude de número. Desde o ano passado, a Bybt impede que endereços IP do país acessem sua plataforma.

Repercussão na mídia

O discurso de repressão à mineração de bitcoin na China parece ganhar força também nas mídias do país. O portal South China Morning Post publicou um editorial no domingo que afirma que a postura do governo chinês em relação às criptomoedas “não pode ser criticada, mas sim elogiada por ser tão clara”.

A publicação ressalta que a China traça um caminho para a estabilidade financeira e proteção ambiental, onde as criptomoedas não têm futuro como meios de troca. O portal, vale lembrar, é controlado por Jack Ma, fundador do Alibaba e homem mais rico do da China que já sofreu perseguições do governo chinês.

Nesta terça, um artigo que discute como a mineração de bitcoin vai contra os objetivos políticos da China foi estampado na capa jornal The Security Times, uma subsidiária do Diário do Povo — publicação oficial do Partido Comunista da China de maior circulação no país.

A reportagem, que também foi divulgada pelo jornalista Wu Blockchain, foca principalmente em como a mineração impede que o país consiga cumprir sua meta de neutralizar a emissão de carbono.

Essa tem sido uma das principais justificativas do país asiático para sufocar o bitcoin. No entanto, os interesses por trás dessa repressão também podem ser atribuídos aos esforços do governo em garantir que o yuan — e a sua nova versão digital — se mantenha uma moeda soberana, além de sufocar quaisquer meios que os cidadãos possam usar para tirar dinheiro facilmente do país.

Até o momento, não há informações definitivas sobre como a China vai reprimir a mineração de bitcoin. Os especialistas do mercado, no entanto, acreditam que há uma grande probabilidade do governo chinês lançar em breve novas medidas restritivas.

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