Huawei diz que analisa portaria para avaliar participação em rede privativa 5G do governo

Executivo da empresa chinesa participou de reunião do grupo de trabalho que estuda a implantação da tecnologia no Brasil

A Huawei ainda está analisando a portaria do Ministério das Comunicações com diretrizes para o edital do leilão do 5G no país para decidir se participa da rede privativa que será criada para a comunicação entre os órgãos da administração pública.

A informação foi dada por Marcelo Motta, diretor de Cibersegurança e Soluções da Huawei América Latina, em reunião nesta terça-feira (6) do grupo de trabalho na Câmara dos Deputados que discute a implantação da tecnologia 5G no Brasil. A rede privativa, criptografada, será construída pelas operadoras que vencerem o leilão e deverá custar R$ 1 bilhão. A intenção é que atenda a órgãos públicos da administração federal.

A intenção é que atenda a órgãos públicos da administração federal. A construção da rede privativa do governo foi a solução encontrada pelo ministro Fábio Faria (Comunicações) de convencer o presidente Jair Bolsonaro a não barrar a Huawei das demais redes das operadoras, algo que poderia até comprometer a realização do leilão.

“No que diz respeito à rede privativa, existe uma portaria. Os requisitos dessa portaria ainda não estão completamente claros”, afirmou Motta. “Quem adquire a rede de fato coloca suas determinações, coloca requisitos para que possam ser atendidos pelos fornecedores. E à medida que esses requisitos estejam claros, a gente pode avaliar a nossa condição de participar ou não [da rede].” Ele afirmou que, até onde foi informado, não haveria restrições para as redes 5G comerciais no Brasil. “E, no caso da rede privativa, existem requisitos adicionais estes que a gente está aguardando para ter um esclarecimento maior e aí poder avaliar a nossa participação”, reiterou.

O executivo foi questionado sobre a intenção da Huawei em participar da rede pela presidente do grupo, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), com base em declaração dada pelo ministro Fábio Faria (Comunicações) de que a empresa não teria interesse.

Em 9 de março, em audiência pública na Câmara, o ministro afirmou que, durante missão brasileira aos países onde ficam as sedes das fabricantes de equipamentos 5G, a Huawei teria demonstrado desinteresse em atuar nas redes privativas que, segundo Faria, estão se popularizando em países que começam a explorar comercialmente o 5G.

“Nos EUA, quem ganhou foi a Nokia. Na França e Alemanha também fizeram essa rede. Na União Europeia, existe uma acordo entre os países para favorecerem a Nokia e a Ericsson, que têm sede na Suécia e Finlândia, respectivamente.”

A chinesa enfrenta ataques e resistências em diversos países. Em alguns deles foi banida por, supostamente, oferecer risco de vazamento de dados que trafegam pelas redes. O leilão estava previsto para junho, mas deve ocorrer em meados de julho.

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deverá acompanhar a disputa para monitorar possíveis combinações de preços, já que se espera a participação de poucas empresas –Vivo, Claro e Tim. A Oi vendeu seu braço móvel e não irá participar.

Pelas regras aprovadas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), as vencedoras do certame terão de instalar redes novas, conhecidas como stand alone, nas 27 capitais do país até julho de 2022. A partir daí seguirão um cronograma de acordo com a população das cidades que só se encerrará no segundo semestre de 2028.

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